O que você gosta de fazer?
Escrever um post depois de quase 1 ano e 8 meses afastados do Café Interativo, foi uma decisão consciente e que me deixou muito animado, é um projeto desses que a gente só pega e faz, mas se torna tão divertido que te cativa e logo vira um xodó. A decisão de parar com os posts periódicos foi difícil, mas por uma boa razão: Era preciso aprender mais, entender o que faço.
Essa decisão não refletiu apenas no meu hobby, mas também na minha vida profissional e pessoal, era preciso sair do comodismo.
Então, 3 meses após parar com este blog mudei de emprego. Começar do zero e tentar aprender o máximo era a missão. Sair de um rotina na qual você estava imerso por cinco anos não foi uma tarefa fácil, de forma alguma. Por sorte, fui recebido por um time diferenciado, de profissionais altamente qualificados e o mais importante pessoas maravilhosas dispostas a ensinar. Os primeiros 6 meses estive no olho do furacão, e se não fosse minha companheira Ofhélia Raquel, disposta a me incentivar, levantar e não me deixar desistir jamais teria conseguido.
Os meses seguintes foram de muito trabalho e principalmente, aprendizado. Conheci e aprendi teoria, prática, recursos, métodos, softwares. Absorvi muita coisa, participei e me envolvi em diversos projetos, ganhei oportunidades e aproveita estas oportunidades para amadurecer como profissional. Era preciso largar alguns pensamentos antigos, e talvez o mais difícil de todos tenha sido o de achar que as melhores ideias viriam de mim.
Para nós arquitetos da informação, designers de experiência é a lição número um: Você não consegue projetar uma experiência a partir do que você julga ser o melhor, afinal você não esta projetando para você. É preciso entender as pessoas e ser capaz de ouvir verdadeiramente os membros da sua equipe, membros de outras equipes e principalmente as pessoas que serão impactadas por sua experiência.
O ego atrapalha muito, aprender a dividir e principalmente ouvir é algo que torna a coleta, estudo, teste e desenvolvimento de experiências em algo muito mais fácil e divertido. Decisões baseada em diversas percepções, e não em uma única, permite que você cresça de uma forma exponencial. O trabalho em equipe traz resultados muito mais concretos e consistentes.
Peter Morville e Louis Rosenfeld me apresentarem a uma das melhores definições de Arquitetura da informação através do seu livro “Information Architecture for the World Wide Web”:
“Art and science of shaping information products and experiences to support usability and findability”.
Essa definição me ajudou a entender a minha segunda lição: qualquer experiência deve ter uma base de informação muito bem estruturada, isso me ajuda a identificar e a explorar processos e métodos que são necessários para o desenvolvimento de experiências que realmente atendam à uma necessidade.
A minha terceira lição foi justamente essa: métodos não tornam os processos burocráticos, eles tornam as experiências ricas, constroem todos os alicerces necessários para que o projeto possa se desenvolver. Nos próximos posts falarei sobre alguns métodos muito interessantes.
E para fechar essa reestreia, a lição número quatro: Você precisa entender as pessoas, o mundo o qual elas fazem partem. Você projeta experiência para pessoas não usuários (sim, Don Norman continua comigo) e você não vai conseguir isso ficando sentado na sua cadeira, coloque a mão na massa, converse, escute, busque e principalmente experimente, cruze seus testes, escute sua intuição e misture com os dados coletados e necessários. Busque entender de fato as pessoas, pense em simplificar a jornada delas. Você vai descobrir que as pessoas são surpreendentes.
A alguns dias atrás me perguntaram “O que você gosta de fazer?”, e todos esses 1 ano e 8 meses passaram rapidamente por mim. A resposta foi algo simples e natural: “O que eu tenho paixão em fazer é justamente isso, projetar experiências”.
Nos próximos posts tentarei abordar tentarei trazer mais alguns aprendizados, métodos, referências e estudos legais. Aceita um café fresquinho?